Foco em crianças é fundamental para mudar paradigmas no trânsito
O que mais preocupa nas ruas de Brasília? Diretora de educação no trânsito do Detran-DF analisa o cenário local e reforça necessidade da conscientização desde a infância
As leis do trânsito estão aí para organizar as vias e preservar vidas, mas nem sempre são respeitadas pelos autores dessa história. A consequência disso é o maior número de acidentes, vítimas e mortes. Assim como em outros estados e países, o uso do celular ao volante e o consumo de bebidas alcoólicas por condutores, pedestres e ciclistas são duas grandes preocupações dos órgãos de trânsito no Distrito Federal. É o que afirma Gláucia Simões.
No mês em que se celebrou a Semana Nacional do Trânsito e cerca de 10 mil estudantes foram impactados diretamente com ações educativas, a diretora de educação no trânsito do Detran-DF concedeu entrevista exclusiva à Fundação Assis Chateaubriand e enumerou os principais problemas na região. Ela também destacou a importância de se manter um trabalho permanente de conscientização da população, com atenção ainda maior para as crianças. E reforçou a necessidade de um maior envolvimento de mais pessoas e organizações da sociedade civil nessa causa.
Confira a entrevista concedida por Gláucia Simões, do Detran-DF.
O que mais preocupa no trânsito do Distrito Federal?
São medidas de comportamento que a gente precisa estar sempre lembrando e pedindo para as pessoas mudarem, prestarem mais atenção, estarem mais alertas. Por isso, é necessário manter a campanha sempre, não só em datas comemorativas. Quando você pensa em mudança de comportamento, tem que ter um trabalho perene.
Como avalia a importância de o trabalho de conscientização começar na infância?
O trabalho com as crianças é fundamental. Quando você quer mudar paradigmas, primeiro você começa com as crianças. Na infância, é mais fácil internalizar essas regras e seguí-las para a vida inteira do que mudar um comportamento que já foi reafirmado por adultos e que a gente precisa que a mudança aconteça hoje, no presente. A criança vai aprendendo a lidar, a trabalhar com trânsito. É uma vida, a gente convive com todos esses autores juntos. A criança já é um pedestre, uma passageira. Ela precisa estar alerta aos perigos que ela também tem no trânsito. O programa Detran nas escolas visa trabalhar com as crianças desde a educação infantil até a educação de jovens e adultos.
Em 2015, o lema da Semana Nacional do Trânsito foi Seja você a mudança que quer para o trânsito. Por que esse enfoque?
A Semana Nacional de Trânsito faz parte do Código Nacional de Trânsito. É um dia para a gente reforçar e lembrar as ações voltadas para a segurança no trânsito. Este ano, houve um propósito muito enriquecedor porque faz com que as pessoas pensem em si primeiro. Eu preciso ser a mudança no trânsito. E se assumo isso, as pessoas também vão se beneficiar com a minha mudança. Então seja você a mudança no trânsito traz a responsabilidade para si, para que a gente possa ter uma convivência pacífica dentro do ambiente de trânsito, da convivência com os autores do trânsito: ciclistas, motociclistas, pedestres.
Qual é a importância de mais pessoas e organizações da sociedade civil aderirem a essa causa?
A sociedade civil em si precisa estar demandando aos órgãos e buscar alternativas para que possamos estar juntos melhorando o nosso trânsito. Hoje já fazemos um trabalho com ciclistas, com mães de autistas que se uniram para mostrar que têm direito sobre as vagas reservadas para pessoas com deficiência, entre outros.
A Semana Nacional de Trânsito 2015 também teve uma importância maior este ano porque nós unimos forças, agregamos órgãos governamentais que trabalham em prol da segurança no trânsito: Polícia Militar, Ministério Público, Corpo de Bombeiros, Departamento de Estradas e Rodagem (DER) e Polícia Rodoviária Federal. Esses agentes agora se reúnem uma vez por mês para pensar as estratégias que podemos usar juntos para reduzir o número de acidentes de trânsito no Distrito Federal. É um planejamento conjunto mensal.
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