RIO 2016

Tocha paralímpica emociona atletas de Centros Olímpicos e Paralímpicos

Dia histórico para o esporte nacional ficará marcado na memória de Jéssica Vitorino, do goalball, e de Jamerson Oliveira, do vôlei sentado. Participação é oportunidade de tornar modalidades mais conhecidas, acreditam os atletas


Camila de Magalhães -

Publicação: 02/09/2016 13:00 | Atualização: 06/09/2016 19:31

 (Arquivo pessoal Jéssica Vitorino)
       A passagem da tocha paralímpica em Brasília neste 1º de setembro contou a participação de dois atletas de Centros Olímpicos e Paralímpicos geridos pela equipe pedagógica da Fundação Assis Chateaubriand. Jéssica Vitorino e Jamerson Oliveira, das unidades de São Sebastião e Setor O, respectivamente, tiveram a honra de carregar o maior símbolo dos Jogos Paralímpicos, durante o revezamento da tocha no Parque da Cidade.

Medalhista de ouro pela Seleção Brasileira de Goalball no Parapan Toronto 2015, Jéssica tem apenas 20% do campo de visão e foi acompanhada no percurso por seu treinador, o professor da Fundação Assis Chateaubriand Gabriel Goulart. Para ela, esse dia ficará marcado para sempre em sua vida. “Foi uma surpresa ser convidada para carregar a tocha paralímpica. Fiquei muito emocionada, sem acreditar. Além de ter sido a única escolhida do goalball, pude mostrar a força dos atletas paralímpicos para o povo brasileiro”, comentou Jéssica.

A atleta acredita que ter uma edição das Paralimpíadas no Brasil é uma grande oportunidade para divulgar os esportes paralímpicos, ainda pouco conhecidos pela maioria da população. “O goalball está começando a ser conhecido. Agora, quando a gente chegar num ônibus ou num avião e perguntarem qual é a modalidade que pratico e eu falar do goalball, as pessoas já vão saber por terem visto na televisão”, destaca.

Há quase 5 anos no trabalho esportivo com pessoas com deficiência, Gabriel Goulart conta que acompanhou o crescimento do esporte paralímpico. “Quando entrei, o esporte estava em ascensão, era mais recreativo. Brasília está crescendo muito, temos muitos atletas na delegação brasileira dos Jogos Rio 2016. Trabalhar com esses atletas de base me deixa muito feliz”, diz o treinador. “Agora estou sentindo essa emoção.”

“Estou muito feliz”

 (Arquivo pessoal Jamerson Oliveira)
        Jamerson Oliveira Ramos faz parte do time de vôlei sentado de Brasília e treina pelo programa Futuro Campeão no Centro Olímpico e Paralímpico de Ceilândia – Setor O. A equipe está hoje na primeira divisão com Campeonato Brasileiro. O atleta foi da Seleção Brasileira da modalidade em 2005, 2006, 2007 e 2008. E conquistou medalha de bronze no Campeonato Mundial Júnior na eslovênia, além do quinto lugar na Holanda.

“Pratico vôlei sentado há 13 anos, tenho vivência de muitos países e de campeonatos regionais. Participar do revezamento da tocha paralímpica é uma porta para apresentar para a sociedade que não conhece esse esporte convencional que tem uma adaptação excelente. A gente precisa de divulgação”, ressalta Jamerson. “Estou muito feliz, quero aproveitar o momento, pois sei que não vai ter outra Paralimpíada aqui no Brasil tão cedo.”

A história de Jamerson com o esporte paralímpico começou após amputar a perna por conta de um câncer no joelho, aos 16 anos. “Fui convidado para jogar futebol de amputados, com muletas. Participei de quatro campeonatos e, em um deles, tinha campeonato de vôlei. Todos do futebol foram e deu certo. A gente não conhecia o esporte. Ficamos em segundo lugar no futebol e terceiro no vôlei. Hoje a maioria do time de vôlei sentado já está junto há vários anos”, lembra.

O esporte é tudo na vida, afirma Jamerson. “Além de acrescentar na vida pessoal, a gente conhece outro mundo, outras pessoas. Pratico esporte hoje porque amo, gosto de praticar. É qualidade de vida, vou viver mais, ser mais feliz e viver bem. Além de me ajudar no bem-estar, o esporte ajuda na minha vida profissional, social, familiar. É muito importante para mim.”

Momento único

 

 (Arquivo pessoal Flávia Lopes)

 

Quem acompanhou os demais atletas do Futuro Campeão de vôlei sentado na passagem da tocha paralímpica pelo Centro de Treinamento em Educação Física Especial (Cetefe) foi a técnica Flávia Lopes, também da equipe da Fundação Assis Chateaubriand. “É um momento único, histórico, quem sabe uma oportunidade de expandir as modalidades que muitos desconhecem. Espero que os Jogos Rio 2016 despertem o interesse pela prática. Há muitas pessoas com deficiência que não sabem que podem estar praticando uma modalidade. Para nós que vivemos a inclusão social, do alto rendimento, é uma forma de divulgação”, diz Flávia.

 

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