Por Mariana Borges*
Em 2000, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabelecia um ousado plano de metas até 2015 para melhorar a vida das populações dos países em desenvolvimento. Com 2,8% da população mundial, o Brasil foi responsável pela redução de 6% da pobreza mundial nesse período.
O protagonismo brasileiro na agenda dos objetivos de desenvolvimento do milênio (ODM) – pelo esforço de incorporar os objetivos às políticas públicas, envolver as empresas e a sociedade civil – fez com que a experiência brasileira fosse referência internacional. Como resultado, o Brasil só não atingiu um dos objetivos, o ODM 5: Melhorar a saúde das gestantes.
Para o período de 2016 a 2030, a agenda dos
objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) nasce muito mais forte, a partir de ampla consulta aos países membros das Nações Unidas e representantes da sociedade. O processo foi o mais aberto, inclusivo e transparente já realizado pela ONU em seus 70 anos. Os ODS são considerados uma estratégia pelas pessoas, com as pessoas e para as pessoas. E é por isso que tem tudo para dar certo.
Trata-se de uma agenda que interessa a todas as 193 nações participantes. Desta vez, os desafios foram postos tanto para os países em desenvolvimento como para os países desenvolvidos. Apesar de ser da esfera global, é preciso transformá-la numa agenda nacional, regional, local. Este é o maior desafio. Ela será implantada em 2016 num cenário desafiador, do ponto de vista político e econômico brasileiro. Passará por vários mandatos de governos e por mais de uma geração de brasileiros. Por isso, precisa ser perseguida por todos os setores da sociedade.
A agenda ODS agrega atores e forças políticas e estabelece um foco comum para as diversas instituições e voluntários mirarem e se juntarem em parceria.
Reconhecendo a relevância do terceiro setor e do setor empresarial no processo de desenvolvimento social do país, a Fundação Assis Chateaubriand vem trabalhando em prol dos ODM desde 2014, juntando-se a mais de 2 mil instituições dos três setores da sociedade que compõem o Nós Podemos – Movimento Nacional pela Cidadania e Solidariedade.
Com os novos desafios dos ODS, renova-se o nosso interesse em internalizar os temas aos projetos que desenvolvemos, em mobilizar nossas redes em prol de uma agenda única e utilizá-la como ferramenta importante de refinação e qualificação dos nossos investimentos sociais.
O desenvolvimento sustentável é um modelo que prevê a integração entre economia, sociedade e meio ambiente. Em outras palavras, é a noção de que o crescimento econômico deve levar em consideração a inclusão social e a proteção ambiental. Os ODS dão continuidade ao esforço em prol dos ODM e avançam ainda mais, estimulando o equilíbrio nas relações sociais, ambientais e econômicas.
Os ODS são uma grande oportunidade para que os governos, as empresas e a sociedade civil busquem modelos de desenvolvimento sustentado, inclusivo e sustentável, pois “ninguém será deixado para trás”, segundo expressão colocada na Declaração da ONU, por ocasião do 70° aniversário das Nações Unidas: “no one will be left behind”.
* Mariana Borges é superintendente executiva da Fundação Assis Chateaubriand, membro do Núcleo ODM Distrito Federal e secretária nacional de comunicação do Nós Podemos - Movimento Nacional pela Cidadania e Solidariedade
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