FORMAÇÃO INTEGRAL

Especialista em educação global, Edwin Gragert destaca desafios

Em entrevista, o educador americano fala sobre a importância de se compartilhar conhecimentos e os desafios da educação para os próximos anos


Publicação: 01/09/2015 20:50 | Atualização: 01/09/2015 20:51

 (Camila de Magalhães/FAC/D.A Press)
  Com três décadas de experiência em educação global, o americano Edwin Gragert é um defensor do ensino colaborativo. Ele é diretor executivo interino da IEarn – Rede Internacional de Educadores e Recursos, organização sem fins lucrativos que foca no empoderamento de professores e jovens para a disseminação de projetos educativos que usam a internet e novas tecnologias da comunicação. A instituição está presente em cerca de 30 mil escolas de mais de 140 países e conecta mais de 2 milhões de estudantes.

Gragert também é diretor da Campanha Global pela Educação nos Estados Unidos, entidade que reúne 74 organizações em prol da educação no mundo todo. Já trabalhou com intercâmbio cultural para jovens e no Comitê de Relações Internacionais no Congresso Americano. É autor de inúmeros artigos de tecnologia educacional e desenvolvimento profissional de professores e assina uma coluna no jornal Huffington Post.

Em visita ao Brasil durante a Conferência Internacional de Educadores IEarn 2015, Edwin Gragert concedeu entrevista à Fundação Assis Chateaubriand e falou sobre a importância de se ampliar o acesso ao conhecimento e listou alguns dos desafios globais que serão enfrentados no período de 2016 a 2030, pelo alcance dos objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) definidos pelas Nações Unidas.

Confira a entrevista:

Qual é a importância de compartilhar ideias e conhecimentos sobre educação?


Há dois motivos importantes. Um é que estudos revelam claramente que os jovens aprendem melhor quando estão engajados de uma maneira colaborativa. Eles aprendem com seus pares, solucionam os problemas uns dos outros e ensinam para os outros. O conceito é aprender fazendo e aprender motivando e ensinando.

 

Um dos fundadores do IEarn, da Argentina, diz que ninguém é tão sábio ao ponto de não ter nada para aprender com o outro. E ninguém sabe tão pouco a ponto de não ter nada para ensinar. Isso é parte de uma filosofia de trabalho colaborativo que envolve sabedoria, conhecimento e informação em todo o planeta. Se queremos que as crianças das novas gerações saibam lidar com questões mundiais e com as próprias carreiras, elas precisam aprendem a trabalhar em grupo. O trabalho colaborativo é importante por isso.

A segunda razão é que, trabalhando em conjunto com jovens de todo o mundo, eles se dão conta e valorizam as diferenças e semelhanças. Tornam-se muito mais respeitosos, escutam melhor. E, quando crescem, tornam-se cidadãos melhores e reconhecem que a maneira de lidar com questões globais passa pelo trabalho em conjunto. Não importa a profissão que decidam seguir, eles trazem essa experiência na bagagem.

Quais são os maiores desafios para o alcance dos ODS no que diz respeito a educação?

São muitos os desafios. O primeiro deles é levar informação sobre os objetivos de desenvolvimento sustentável para as pessoas. Muita gente não tem conhecimento sobre o que são esses objetivos. O mundo está definindo objetivos, metas e indicadores específicos em muitos setores, não apenas naqueles que eram tratado com os oito objetivos de desenvolvimento do milênio, ligados à fome, miséria, educação, igualdade de gêneros, saúde e respeito ao meio ambiente. É aí que entra o papel dos educadores de levar esse conhecimento aos nossos jovens.

Outro ponto é que, quando as pessoas veem 17 objetivos, se assustam por achar que são muito complexos e que não podem contribuir. O segundo desafio é identificar maneiras de comunicar a essas pessoas que elas podem efetivamente fazer a diferença com gestos simples. Elas precisam reconhecer que, com 8 bilhões de pessoas no mundo fazendo a sua parte, conseguimos fazer uma grande mudança.

 

Nós, educadores, precisamos ter a certeza de que as pessoas não se sintam desempoderadas pelo escopo dos desafios a seguir. Precisamos mobilizar e identificar pequenos passos que os jovens podem trabalhar junto com a escola, os amigos e familiares para ajudar no alcance dos ODS. É preciso oferecer caminhos específicos e espaço para os jovens decidirem que podem fazer pequenas coisas para mudar o mundo.

 

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